MACRO
Semana passada trouxe muita volatilidade aos mercados com divulgação de taxa de juros nos EUA pelo FED, discurso do Powell e dados de payroll.
Passando brevemente pela zona do euro, tivemos divulgação de dados de inflação em 8,5% (abaixo do esperado de 9%), dando sequência na sinalização do arrefecimento da inflação global, e taxa de desemprego flat com última divulgação em 6,6% (levemente acima do consenso em 6.5%).
Passando para EUA, a grande espera dos mercados era com relação a política monetária e o discurso do Powell. O FED na quarta-feira anunciou um aumento de 25bps, levando a taxa a um patamar de 4.75%, em linha com o esperado do mercado.
Powell em seu discurso reafirmou o que vem dizendo nos últimos pronunciamentos, afirmando que o FED segue avaliando uma série de fatores para tomarem a sua decisão, mas seguem acreditando que o desemprego continuará baixo e a inflação caindo. Reafirmou a estabilidade de preços e ainda prevê futuras elevações na curva de juros para as próximas reuniões. Ainda afirmou que em sua visão levará um tempo para enxergarem os efeitos dos aumentos nos juros e por isso optaram por elevar em 25bps.
Para a próxima reunião, mercado espera uma continuidade no pace em mais um aumento de 25bps levando a taxa em 5%.
Semana que caminhava para um fechamento bem positivo, teve forte resistência na sexta-feira após surpreendente divulgação dos dados de payroll extremamente acima do consenso e taxa de desemprego abaixo do consenso e abaixo da última divulgação.
Movimento então levou a uma rejeição dos mercados, com SPX fechando com queda superior a 1% na sexta feira, rejeitando os 4200 pontos.
Tudo isso nos traz a um grande dilema sobre o futuro da economia americana e o direcionamento dos mercados.
Com uma força de trabalho extremamente forte e um baixo desemprego (longe da meta do FED), podemos esperar que de fato que a economia americana esteja surfando um soft landing. Todavia, temos o cenário negativo que seria a volta da inflação de preços, isso faria com que o FED tivesse que postergar o tão esperado pivot na política monetária e inclusive ter que eventualmente aumentar o pace novamente e permanecer com os juros altos por mais tempo que o esperado, para assim causar um cenário contracionista o suficiente.
Portanto aqui fica o dilema em como o FED seguirá com sua política monetária dado que não estamos vendo cenário contracionista o suficiente para que eleve o desemprego e elimine este risco de volta da inflação. Será que o FED pagará para ver e seguirá com paces reduzidos e até mesmo antecipando o pivot? Ou será que dado o cenário, serão mais cautelosos justamente para não ter que correr atrás do prejuízo no futuro causando maior impacto ainda na economia?
Semana vigente com poucos dados, iniciando com discurso do Powell na terça-feira seguido de outros representantes do FED nos dias seguintes e pedidos desemprego na quinta-feira.
SPX SEMANAL


No semanal os bulls conseguiram mais uma barra de alta, fechando acima da máxima de dezembro, mas com sombras relevantes acima indicando presença de vendedores.
O preço chegou em uma região de bastante resistência, tocando uma LTB de longo prazo, a partir do topo histórico. Apesar da região ser de forte resistência os bears precisam mostrar trabalho para gera uma boa barra de sinal de venda, já que o mercado vem de um microcanal de alta, com 6 mínimas mais altas consecutivas. Eles precisam de uma falha de rompimento acima da máxima de dezembro, fazendo assim uma armadilha de segunda perna, prendendo alguns bulls em posições ruins.
Os bulls enxergam um OCOi, um ombro-cabeça-ombro invertido, é necessário lembrar que as figuras de reversão costumam funcionar em 40% das vezes, ou seja, a maioria das tentativas de reversões falham e se transformam em uma bandeira a favor do movimento.
As próximas semanas vão ser decisivas, os bulls precisam de uma boa barra de continuidade para decretar o controle sobre os preços acima da máxima de dezembro.
SPX DIÁRIO


No diário o mercado fez um clímax de alta, indo acima da máxima de dezembro e tentando romper a linha superior de um canal mais apertado, desenhado em branco, 75% das tentativas de rompimento da linha superior do canal, falham em até 5 barras. Portanto uma correção pode ser o mais provável.
Há gaps de abertura mais acima, dos dias 19 e 22 de agosto, como o contexto no geral está bem lateral, em lateralidades esses gaps costumam ser fechados, portanto será um magneto para os bulls nos próximos dias.
A barra de sexta foi um doji, ativou um sinal de venda indo abaixo da barra anterior, de quinta, porém a barra de quinta foi uma barra com corpo de alta, e sombras inferiores, uma barra de sinal ruim para uma venda, e a barra de sexta foi um doji, uma barra ruim de continuidade, os bears precisaram de barras boas de continuidade para aumentar as suas probabilidades. O ideal para eles seria uma retomada e um teste da máxima de quinta, formando um topo duplo.
Os bulls podem comprar no topo da máxima de dezembro considerando como um reteste, em um rompimento e correção. No geral o preço está dentro de um grande range lateral, e lateralidades são sinônimos de confusão. A leitura fica um pouco mais complicada, precisamos de mais movimentação para calcularmos os próximos movimento.
Caso bull: uma correção e um reteste da máxima de dezembro, linha de pescoço do OCOi, e ai uma continuidade do canal mais amplo de alta, linha tracejada em amarelo, buscando alvos e magnetos acima, como os gaps em aberto.
Caso bear: uma falha de rompimento da máxima de dezembro, e formando assim uma armadilha de segunda perna e uma bandeira de baixa em forma de topo duplo, com o topo anterior de dezembro. E então uma volta para dentro do range anterior de 4100 a 3800.
BITCOIN SEMANAL


Em análises anteriores comentei sobre a perda de momentum pelo lado dos compradores, indicado pelo tamanho das barras de alta diminuindo, desacelerando o movimento e tornando uma correção mais provável em breve.
Apesar disso, o ímpeto comprador ainda é relevante, com o mercado vindo de um microcanal de alta, com 6 mínimas mais altas consecutivas. Os compradores devem comprar a primeira correção, abaixo de mínimas anteriores, esperando assim uma retomada do movimento e um teste de alvos acima. Sempre que o mercado faz uma perna forte em uma direção, os players esperam por uma segunda perna a favor do movimento, após uma correção.
Eles podem posicionar ordens abaixo de mínimas anteriores, e em 50% do movimento de alta (~20 mil dólares) que começou em janeiro.
BITCOIN DIÁRIO


No diário temos uma lateralidade estreita nos últimos 16 dias, indicando que os players por hora encontraram um “preço justo”. Lateralidades estreita se tornam magnetos e o preço tem dificuldade em se afastar delas, tornando as falhas de rompimento mais prováveis.
Já estamos a mais de 30 barras sem tocar a média móvel, o que torna o movimento atual um tanto climático e envelhecido, tornando uma correção mais profunda provável. Mesmo assim os players podem posicionar ordens de compra no toque da média móvel, e apostar em falhas de rompimento da lateralidade estreita. Podem comprar também fechamento abaixo da média móvel, e na correção de 50% do movimento de alta iniciado em janeiro.